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América do Sul Parte 3 | Chegamos no Chile

  • Foto do escritor: Mari Proença
    Mari Proença
  • 20 de set. de 2017
  • 5 min de leitura

Chegando em Arica, tudo que queríamos era achar um lugar baratinho só para tomarmos banho e descansarmos.

A viagem tinha sido super cansativa, o ônibus era de dois andares e pegamos acentos na parte de baixo – a pior merda – o ônibus já tinha vindo de outro lugar e estava lotado. Na hora que entramos, quase morremos com o fedor de suor, as janelas estavam todas fechadas e parecia mais uma sauna do que um ônibus de viagem. Pra completar os bancos eram muito apertados, ou seja, viajamos a noite toda super mal. Mas, tudo bem, passar perrengue faz parte de qualquer mochilão.

Rodamos um bocado até acharmos um hotel barato, mas achamos, um bem precário, parecia uma pensão digna de centro de São Paulo. O chuveiro, claro, frio - ainda bem que estava calor. Mas deu pra descansar, tomar um banho e organizar nossas malas. Saímos apenas para almoçar, ou seja, ficamos próximas da rodoviária e não chegamos a explorar a cidade, mas pelas minhas pesquisas, não é um lugar must see.

Almoçando pollo em Arica

Almoçando pollo, salada e batata

À noite pegamos o ônibus destino à San Pedro do Atacama (dez horas de viagem e a passagem custou $13.000 pesos chilenos)

29/12/12 – San Pedro do Atacama

Chegamos na cidade de San Pedro, nosso destino final no Chile, pela manhã. Todos esses dias – desde que saímos de Puno no Peru - viajamos parando em cidades pequenas que não estavam no nosso roteiro turístico, parando somente pra descanso. No total foram duas noites e um dia de viagem para chegarmos finalmente num lugar onde faríamos algum turismo.

Ao descer do ônibus aquela visão de deserto foi um pouco desesperadora, quando vi as ruas de terra e aquela poeira toda pensei na hora “Ai Sem Or, tô no meio do nada, não vai ter nada pra fazer, não vai ter Wi-fi, nem bar...”. Eu me senti bem aquela garota de cidade grande que nunca teve contato com a natureza. Mal eu sabia que aquele deserto escondia maravilhas que eu jamais imaginaria.

Quando pesquisei sobre o Atacama antes da viagem, vi relatos de pessoas contando que o centro era agitado e tinha restaurantes, bares, e coisas para fazer a noite, mas a Foguinho de Palha já tinha lido o contrário, que o lugar era desertão mesmo sem essa de nightlife. Apesar de adorar e fazer viagens "roots", eu sou uma city girl e curto muito a noite e coisas de cidade grande, então só sosseguei quando encontramos nosso hostel e vi que tinha muita gente hospedada lá e como eram todos simpáticos e receptivos, me deram uma esperança que a experiência seria bacana.

O hostel que ficamos chama Tuyasto. Simples mas nota 10. A dona é super simpática e prestativa (até me emprestou o secador de cabelo hehehe). O local é limpo e confortável, tem chuveiro quente e cozinha disponível para que os hospedes cozinharem. Ah, e o mais importante, tem Wi-fi.

Descobrimos onde era a rua principal no centro de San Pedro e fomos pra lá conhecer e procurar as agências para comprar os pacotes para os passeios.

Dica:

Os passeios (de todos os lugares que passamos durante essa viagem) foram bem caros. Quando eu estava planejando este mochilão, li e ouvi muita gente dizer que com pouco dinheiro você conhece fácil nossos países vizinhos, em partes é verdade, se você conseguir uma passagem com desconto, ou comprar com milhas, ficar em hostel (ou usar hospedagem de graça como couchsurfing), utilizar - e muito - a cozinha dos hostels e comer o mínimo possível na rua, sim, você vai economizar uma bela grana, mas se prepare para os gastos com os passeios.

No Atacama você tem que chorar, barganhar e pesquisar muitas agências para conseguir um preço acessível. Por acaso, conhecemos uma brasileira na rua e ela nos levou na agência que ela tinha comprado os próprios passeios - chamada Incanorth Travel Agency. Pela indicação e também pelo fato de estarmos em três, conseguimos um desconto bem bacana.

Fechamos três passeios com essa agência, que foram:

Lagunas Altiplânicas/Laguna Chaxa: $50.000 pesos chilenos

Geyser del Tatio: $25.000 pesos chilenos

Laguna Cejar/Ojos del Salar: $15.000 pesos chilenos

Fechamos também um passeio para o Valle de la Luna/Valle de la Muerte com sandboarding, mas esse passeio foi com uma outra agência (que infelizmente não anotei o nome, mas fica bem de frente para a praça), e custou $12,000 pesos chilenos.

Dica:

Eu tive que comprar uma jaqueta corta-vento porque eu quis fazer a blogueira de moda e só levei roupas fashion, depois que compramos os passeios, fomos orientadas de várias coisas e uma delas era ter um casaco, uma jaqueta ou qualquer coisa, confortável e de preferência que cortasse o vento. Nessa brincadeira gastei $200.000 pesos chilenos. Para uma trip dessa é necessário, roupas e sapatos confortáveis tanto para um clima quente quanto para frio, chuva e vento.

30/12: Lagunas Altiplânicas e Laguna Chaxa

O passeio é das 6h30 até às 14h. Nas Lagunas Altiplânicas foi a primeira parada do tour. Eu fiquei impressionada, nunca tinha visto algo parecido, uma vegetação seca e espalhada pelo solo de pura terra, caminhos traçados com pedras, para que os turistas mantenham-se nos lugares seguros e não se percam, os lagos de águas azuis ou verdes e as montanhas ao fundo, é de tirar o fôlego. O lugar é muito alto, tem gente que passa mal. Fiquei esperta e masquei folha de coca o tempo todo, então não tive muitos problemas, às vezes, sentia uma pressão no ouvido, mas passava logo.

Seguimos para a Laguna de Chaxa, onde fica um oásis de água no meio de um deserto de sal, os flamingos completam o cenário incrível, só é um pouco fedido (hahaha).

Na volta desse passeio nossa van foi parada pela polícia, e tivemos que ir para a delegacia, não sabemos qual foi a irregularidade que havia com o motorista, com o carro ou com alguma licença necessária, sei que ficamos lá até que chegou outra van da agência para levarmos de volta. No fim, não foi nada grave.

Voltamos para o hostel, nos trocamos correndo para o próximo tour, comemos qualquer coisa no caminho, pois tínhamos que estar às 15h30 na porta da agência para sair para o passeio do Valle de la Muerte e Valle de la Luna, que também foi muito legal. Esse passeio vale muito a pena, no início eu fiquei com medinho pra fazer o sandboard, mas depois que você vai a primeira vez, quer ir toda hora, os guias eram muito gente boa e tinha um que até falava português.

Os vales são lindos - o que não é lindo nesse lugar? No fim do passeio os guias levam o grupo no topo de uma das montanhas para ver o pôr do sol e distribuem Pisco para a galera – bebida alcoólica típica do Chile. Foi surreal!

E o primeiro dia de passeios no Deserto do Atacama chega ao fim. Continua no próximo post.

PS: essa viagem foi feita em Dez 2012/Jan 2013 mas os preços estão atualizados.

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